O Emicida realizou um show na cidade de São José dos Campos/SP no mês de Fevereiro produzido pela @mabmusicbr, e o Entre Bandas fez uma entrevista com o rapper! Veja só:
Entre Bandas: O que você conhece do trabalho dos rappers do Vale do Paraíba?
Emicida: Eu conheço e trabalho junto com o AXL, a gente fez uma parceria no lançamento dessa última Mixtape dele chamada “Caos Pessoal”. A gente lançou em parceria com o meu selo que se chama “Laboratório Fantasma”. Fora ele, eu conheço o Half, que eu acredito que é o nome mais conhecido do Vale do Paraíba no Brasil inteiro, principalmente nessa cena de Freestyle, pela repercussão que já teve o nome dele graças ao barulho que ele já fez. Também conheço a rapaziada do Hot Crew, que é tipo Tubaina Rap, que está fazendo o maior barulho, o Mc Du, e todos esses malucos ai, zica mesmo, Dj Celião, conheço um pessoal louco aí.
Entre Bandas: O seu rap tem um estilo diferente, único. Você acha que é uma maneira de fazer o rap atingir mais pessoas e públicos diferentes?
Emicida: Acho que sim, mas na real, acho que isso é muito involuntário. Não nasce com um pensamento de “ah, vou tocar pra mais pessoas”. Eu procuro ser sincero, sabe? Procuro passar o que vivi de uma forma honesta o que, involuntariamente, acaba conquistando mais pessoas. As pessoas vão se identificar com aquilo porque, de alguma forma, isso se assemelha com a vida delas.
Entre Bandas: Você já é destaque no rap nacional, concorreu ao VMB, participou de programas de televisão grandes, como o do Jô Soares, saiu na Revista Veja... Mesmo assim quando você foi convidado pra tocar agora na Califórnia e no Rock’n Rio, ainda foi uma surpresa pra você?
Emicida: Foi uma surpresa pelo lance do tempo. Eu esperava iniciar uma carreira internacional, mas não agora, não tão rápido e não com as Mixtapes. Eu acreditava que isso fosse acontecer quando eu lançasse um álbum, oficial mesmo, um disco de carreira. As Mixtapes foram tipo um treino pra eu conhecer o mercado, sabe? E aí aconteceu muito bem, em alguns pontos melhor do que eu esperava e deu essa repercussão, que acabou resultando nesses convites.
Entre Bandas: Você fez uma parceria com o grupo Nx Zero na música "Só Rezo 0.2". Como foi gravar com eles?
Emicida: Foi do caramba, gostei demais. Eu já amava essa música, ainda me deram oportunidade de cantar nela, então foi mágico.
Entre Bandas: Com as redes sociais (twitter, facebook..), você tem bastante contato com o público. Como você achou que eles reagiram à parceria?
Emicida: Tem uma parcela de pessoas que não ouve a música, eles criticam o formato das coisas. E essas pessoas acabaram criticando a atitude, não a música. A música é boa pra caramba e essas pessoas falaram sem conhecer ela. Se fosse uma música ruim, que tivesse vergonha de falar que participou, eu não teria feito. Eu fiz realmente porque eu acredito e porque eu gosto dos caras.
Entre Bandas: O que você achou da iniciativa deles com o “Projeto Paralelo”?
Emicida: Acho que é importante pra caramba misturar esse negócio da música brasileira, para as coisas não serem tão desligadas, tão desconexas. Às vezes parece que são dois mundos diferentes, e não são. A gente é próximo disso na rua, encontra com esses caras nos shows, nos backstages, nos festivais, nas casas de shows... Isso precisa ficar mais explícito na música também, as pessoas precisam diferenciar completamente as coisas.
Entre Bandas: O que você achou do show aqui em São José dos Campos, da “vibe” da galera?
Emicida: Achei demais! Sempre que eu venho pra São José é essa energia, todo mundo pra cima, cantando todas as músicas. Eu gosto bastante dos shows aqui, tenho uma relação muito boa. Há uns quatro anos atrás, eu tava junto com o AXL, quando ele teve a idéia de fazer a “Rua do Flow” e eu tive a honra de participar da primeira, e desde então eu sempre mantive essa relação muito boa com o Vale do Paraíba. E quando eu venho pra cá e vejo que as pessoas aceitam tão bem o que eu tenho feito, me sinto muito feliz.
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Créditos: Stella Gullo.
Cami Pasin, @EntreBandas.
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